Questões
Metafísica, Política, Humanismo, Filosofia geral e outras questões
Sínteses das realizações d'alguns questionadores...
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
Pátria Madrasta Vil
O texto seguinte é redação de estudante carioca que, no ano de 2008, venceu concurdo da UNESCO, disputado entre cinquenta mil participantes.
Tema: Como vencer a pobreza e a desigualdade
Autoria: Clarice Zeitel Vianna Silva
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...
Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso
país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a
abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de
responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente
sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não
é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o
Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um
lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me
restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria
querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse
efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade +
igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou
tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha,
acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou
crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma
segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que
quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam
hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes)
dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra
aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem
direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade:
nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do
Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão
confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que
reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas
preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro
pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com
a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que
não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um
posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma
madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como
bicho?
Tema: Como vencer a pobreza e a desigualdade
Autoria: Clarice Zeitel Vianna Silva
Pátria Madrasta Vil
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...
Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso
país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a
abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de
responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente
sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não
é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o
Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um
lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me
restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria
querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse
efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade +
igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou
tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha,
acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou
crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma
segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que
quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam
hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes)
dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra
aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem
direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade:
nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do
Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão
confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que
reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas
preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro
pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com
a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que
não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um
posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma
madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como
bicho?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Do Universo
"O Universo é pois um único, infinito imóvel...Não é gerado, pois outro ser não há que o possa desejar ou esperar; ele mesmo possui o ser.E não perece, pois não há outro no qual possa transformar-se; ele mesmo é tudo.
Perguntar-me-eis: então por que se modificam as coisas?
...E eu respondo dizendo que qualquer transformação tende, não para outro ser, mas para outro modo de ser."
Giordano Bruno
Ante este interessante fragmento de Bruno, só me deparo com uma única objeção em mim. Penso que o Universo não é imóvel, mas é ele o movimento.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Do risco da evolução inconsciente
“Conta-se que um aldeão, que viera descalço para a capital, aí ganhou um par de vinténs, e depois de comprar meias e sapatos, o que lhe sobrou ainda deu para se embriagar. Conta a história que então, embriagado e querendo regressar à terra, caiu no meio da estrada e adormeceu. Aconteceu passar um carro e o cocheiro gritou-lhe que se desviasse para não ficar com as pernas esmagadas. Então o nosso bêbado acorda, olha as suas pernas e, não as reconhecendo, exclama: ‘podes passar por cima, que não são minhas’.”
Retirado da Obra "Desespero Humano", de Sören Kierkegäard
domingo, 3 de abril de 2011
A Guerra , a Ética e o Governante
Certa vez, conversava um poderoso governante chinês com o lendário sábio, Confúcio.
Disse o governante:
— Meu povo, o povo desta nação, vive para ela, para defendê-la, e não deixaria de morrer por ela. Ser um soldado, matar e morrer pela nação é cívico, é da maior honra.
O sábio então falou:
— Pois então, sendo vós entre os homens, dos mais patriotas, tanto que governa uma nação, deve mesmo sentir orgulho de estar entre os primeiros a servir nas guerras, matando e morrendo pelo que tanto dizeis defender. Imagino que carregue em si profundas e inúmeras marcas, dos tantos confrontos que lhe tenham feito brilhar nos campos de batalha. Estou certo?
Como que atingido por uma ofensa, sem hesitar pronunciou o governante:
— Eu não vou ao campo de batalha para pegar em armas e matar, pois o exército e o povo dependem de minha inteligência para liderá-los. Seria egoísta e orgulhoso de minha parte buscar o clamor das vitórias no campo. Desejo apenas o reconhecimento de minha boa liderança, e quando a vitória vem, me alegro com a gratidão que me dirige meu povo, que foi lá e lutou em nome da nação.
O sábio, sem mudar sua postura, encaminhou-lhe então, após alguns profundos segundos, a pergunta:
— As suas palavras a princípio faziam crer que cultuava, devotamente, o civismo, com elas tentou fazer-me ver que a guerra é o ápice do civismo. Mas você mesmo, pelo que me diz, ainda não submeteu-se à essa expressão máxima de amor à pátria... me responda: que falta a um homem de tanto prestígio, escolhido pelo povo e imagem do culto à nação, para que seu civismo não limite-se à retórica?
Nesse momento, cessaram ambos a fala. Não estavam mais ali, nem um, nem outro. E Confúcio, como se dispusesse duma distinta liberdade para transitar entre o abismo de Silêncio no qual emergiram, e a sonoridade harmoniosa da natureza daquele lugar, voltou seu olhar à alma do líder nacional, e serena mas firmemente dirigiu-lhe as seguintes palavras:
— Tu impões aos demais o que jamais desejarias submeter a tua vontade.
O governador, sem solo, viu-se ante um tirano: viu-se!
Acabara de descobrir que era ele mesmo aquele a quem menos desejaria deixar-se conduzir. Era ele o ultimo homem que escolheria para liderar uma nação, pois sob a vontade daquele tirano havia a morte dos que, ingenuamente, nela confiavam.
O sábio mestre, retirando o olhar da alma daquele homem, voltou a perder-se nas montanhas e não mais informou-se a respeito do governante. Estava certo, ao partir, que havia dado àquele homem de política a oportunidade de se ver sob as consequências do próprio governo, de se ver como um homem do povo, o governado, o soldado, que deixa a sua família, e com fé na nação desgraça família de outrem.
Alguns anos após esta conversa o político fora afastado da esfera pública, à qual jamais voltaria a fazer parte. Nos assuntos públicos sua palavra perdera todo valor de outrora.
Lhe caiu tal desprestígio por conta do que ele passou a defender, cada vez mais, a partir daquele encontro com o ancião. Ele defendia a Ética como forma de conquista prioritária e alternativa à Guerra. Para ele "Um povo tem, definitivamente, a vitória sobre outro a medida que mais justo seja o seu governo, a medida que mais felizes sejam seus cidadãos".
Infelizmente só quando distanciou-se do poder que passou a aspirar os dias em que corridas armamentistas já não existiriam, suplantadas pela corrida humanista. E foi esse então, o único sentido que ele passou a ver para as disputas entre povos.
Disse o governante:
— Meu povo, o povo desta nação, vive para ela, para defendê-la, e não deixaria de morrer por ela. Ser um soldado, matar e morrer pela nação é cívico, é da maior honra.
O sábio então falou:
— Pois então, sendo vós entre os homens, dos mais patriotas, tanto que governa uma nação, deve mesmo sentir orgulho de estar entre os primeiros a servir nas guerras, matando e morrendo pelo que tanto dizeis defender. Imagino que carregue em si profundas e inúmeras marcas, dos tantos confrontos que lhe tenham feito brilhar nos campos de batalha. Estou certo?
Como que atingido por uma ofensa, sem hesitar pronunciou o governante:
— Eu não vou ao campo de batalha para pegar em armas e matar, pois o exército e o povo dependem de minha inteligência para liderá-los. Seria egoísta e orgulhoso de minha parte buscar o clamor das vitórias no campo. Desejo apenas o reconhecimento de minha boa liderança, e quando a vitória vem, me alegro com a gratidão que me dirige meu povo, que foi lá e lutou em nome da nação.
O sábio, sem mudar sua postura, encaminhou-lhe então, após alguns profundos segundos, a pergunta:
— As suas palavras a princípio faziam crer que cultuava, devotamente, o civismo, com elas tentou fazer-me ver que a guerra é o ápice do civismo. Mas você mesmo, pelo que me diz, ainda não submeteu-se à essa expressão máxima de amor à pátria... me responda: que falta a um homem de tanto prestígio, escolhido pelo povo e imagem do culto à nação, para que seu civismo não limite-se à retórica?
Nesse momento, cessaram ambos a fala. Não estavam mais ali, nem um, nem outro. E Confúcio, como se dispusesse duma distinta liberdade para transitar entre o abismo de Silêncio no qual emergiram, e a sonoridade harmoniosa da natureza daquele lugar, voltou seu olhar à alma do líder nacional, e serena mas firmemente dirigiu-lhe as seguintes palavras:
— Tu impões aos demais o que jamais desejarias submeter a tua vontade.
O governador, sem solo, viu-se ante um tirano: viu-se!
Acabara de descobrir que era ele mesmo aquele a quem menos desejaria deixar-se conduzir. Era ele o ultimo homem que escolheria para liderar uma nação, pois sob a vontade daquele tirano havia a morte dos que, ingenuamente, nela confiavam.
O sábio mestre, retirando o olhar da alma daquele homem, voltou a perder-se nas montanhas e não mais informou-se a respeito do governante. Estava certo, ao partir, que havia dado àquele homem de política a oportunidade de se ver sob as consequências do próprio governo, de se ver como um homem do povo, o governado, o soldado, que deixa a sua família, e com fé na nação desgraça família de outrem.
Alguns anos após esta conversa o político fora afastado da esfera pública, à qual jamais voltaria a fazer parte. Nos assuntos públicos sua palavra perdera todo valor de outrora.
Lhe caiu tal desprestígio por conta do que ele passou a defender, cada vez mais, a partir daquele encontro com o ancião. Ele defendia a Ética como forma de conquista prioritária e alternativa à Guerra. Para ele "Um povo tem, definitivamente, a vitória sobre outro a medida que mais justo seja o seu governo, a medida que mais felizes sejam seus cidadãos".
Infelizmente só quando distanciou-se do poder que passou a aspirar os dias em que corridas armamentistas já não existiriam, suplantadas pela corrida humanista. E foi esse então, o único sentido que ele passou a ver para as disputas entre povos.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Sobre o feio
Em suma, o feio é um belo fora de época.
Uma época sem feios não passa, pois são os feios que inquietam e levam, com o labor dos demais por entendê-lo tentando fujir do incomodo que eles causam, uma época a se superar.
A moda é a tradição contemporânea, e não havendo tradicionalismo que leve ao avanço, o culto à moda estagna o homem.
Que a admiração aos feios não vire moda, pois isso seria o fim, mas que ao menos reconheça-se neles seres doutro tempo, e que nos inspiremos ainda por longos anos com a distinção da feiúra, que tanto fez questionar-se o homem: Como isso é possível? E que tanto o fez perceber que muito pouco ele ainda sabe.
O feio mostra o quanto de incompreensão nos permeia, e com isso nos possibilita encontrar o que nos falta, enfim, nos estimula o crescimento.
Que a feiúra, insisto, não vire moda.
Uma época sem feios não passa, pois são os feios que inquietam e levam, com o labor dos demais por entendê-lo tentando fujir do incomodo que eles causam, uma época a se superar.
A moda é a tradição contemporânea, e não havendo tradicionalismo que leve ao avanço, o culto à moda estagna o homem.
Que a admiração aos feios não vire moda, pois isso seria o fim, mas que ao menos reconheça-se neles seres doutro tempo, e que nos inspiremos ainda por longos anos com a distinção da feiúra, que tanto fez questionar-se o homem: Como isso é possível? E que tanto o fez perceber que muito pouco ele ainda sabe.
O feio mostra o quanto de incompreensão nos permeia, e com isso nos possibilita encontrar o que nos falta, enfim, nos estimula o crescimento.
Que a feiúra, insisto, não vire moda.
domingo, 9 de janeiro de 2011
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