Metafísica, Política, Humanismo, Filosofia geral e outras questões
Sínteses das realizações d'alguns questionadores...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Árvores, Mitra e "Feliz Newtal!"

Neste post conheceremos um pouco do que significa toda essa cerimônia que se torna cada vez mais popular nos finais de ano de todo o mundo: o Natal.

Não há quem de alguma forma não celebre algo neste dia. O fato é que a maior celebração que ocorre no dia 25 de dezembro é a cristã, que comemora o nascimento do que os cristãos chamam de 'o filho de Javé'.

Porém, muitos poucos são os que buscam informar-se mais a respeito desta festiva data, que a medida que busquemos informarmo-nos sobre ela, nos mostra-se cada vez mais cheia de mistérios e descobertas no mínimo 'curiosas'...

Bem, o fato é que para os cristãos, grande parte do que descobriremos um pouco aqui não passa de mera coincidência, caberá então ao leitor concluir por si até onde é capaz de ir essa tal 'coincidência cristã' a respeito do natal.

A Árvore de Natal
Carvalho - considerado um
símbolo de força
Odin - Deus principal da
mitologia nórdica

"A árvore de Natal é de origem germânica, datando do tempo de S. Bonifácio (cerca de 800 d.E.C). Foi adotada para substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odin, adorando-se uma árvore, em homenagem ao Deus-menino" - Enciclopédia Barsa



Azinheira
"Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático no terceiro milênio antes de Cristo já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles as cultuavam e realizavam festivais em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores a entidades imaginárias, mitológicas. Sua projeção vertical desde as raízes fincadas no solo, marcava a simbólica aliança entre os céus e a mãe terra.
Entre os egípcios, o cedro se associava a Osíris. Os gregos ligavam o loureiro a Apolo, o abeto a Átis, a azinheira a Zeus. Os germânicos colocavam presente para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin.
Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos.
Pinheiro - árvore relacionada
a Santíssima Trindade
No início do século VIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal.¹" - Wikipédia



A medida que mais pesquisemos vamos percebendo que a pratica da adoção de árvores em cerimônias de comemoração a nascimentos de divindades, assim como a associação delas a qualquer divindade, não é originalmente cristã. Hoje, porém, sabemos o quão incorporada está esta prática a 'tradição natalina', tão incorporada que parece mesmo realmente ser uma concepção cristã de culto.



Mitra

A Luz do Mundo
Mitra é uma deidade da mitologia persa e indiana, e que posteriormente seria aceito pela mitologia romana também. Ficou conhecido como "A Luz do Mundo". Foi o messias persa de cerca de seiscentos anos antes da era comum.

Como messias solar mitra também ficou conhecido como o "Sol Vencedor", representando o bem na dualidade bem-mal (herdada do zoroastrismo). Mitra não foi concebido por um ato sexual; nasceu sob uma árvore (sim, uma árvore, qualquer semelhança com velas, ou luzes em árvores de natal em comemoração ao nascimento da 'Luz do Mundo' não é só mera coincidência) a partir de uma pedra, a petra generatrix, o que também concedeu-lhe o título de petra natus.
Vitória do bem sobre
o mal - símile a São Jorge
e o Dragão

Mitra — que significa 'amigo' na Índia védica e 'contrato' (significado mais aceito) no persa avéstico — representava a vitória sobre a morte e sobre o material, assim seus seguidores acreditavam numa vida póstuma e não material após a morte corpórea.

O culto a Mitra tendo chegado à Europa e ao Império Romano chegou a permanecer em alta até meados do século III onde perdeu força com a elevação institucional da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana). Mitra foi culto de alguns imperadores romanos, inclusive sendo denominado por alguns como o 'Protetor do Império'.

Existem algumas interessantes retratações de Mitra, sempre com uma capa e um capuz.
O interessante nelas é novamente trazer-nos algumas 'coincidências', como diriam os cristãos...
Falo no fato de Mitra ser retratado de vestimenta e capuz vermelho... Lembra-nos algum personagem natalino? Não... o Saci não é natalino... Falo de Santa Claus...


Há quem diga que Mitra foi base para o tema do 'Papai Noel' como o conhecemos hoje, porém sabe-se que a figura hoje adorada pelas crianças no natal, o moderno Papai Noel, a qual já se chegou a atribuir a autoria a empresa Coca-Cola, foi originada pelas mãos do cartunista Thomas Nast (1840-1902).

Santo Nicolau - Mitra,
Coca-Cola, ou Nast,
líder de vendas
O Papai Noel de Nast surgiu em 1866 numa das edições coloridas da Harper's Weekly, e a quase 60 anos antes da Coca-Cola já apresentava os traços principais que o caracterizam hoje.

Porém, apesar de termos desmentido o mito a respeito da origem mitraísta do Papai Noel, outras coincidências nos impelem à reflexão:

Mitra é o nome dado a insígnia eclesiástica que põem na cabeça em certas cerimônias ou funções sagradas os bispos, arcebispos e cardeais. É também o nome dado ao poder espiritual do papa. ²

A data de nascimento a qual comemora-se desde a antiguidade o nascimento da Luz do mundo, Mitra, é 25 de dezembro, data em que em homenagem a Mitra Roma comemorava o Festival do Sol Invicto.

Esta também é a data de nascimento de muitas outras divindades (tais como Hórus, Osíris, Adônis, Dionísio e etc).

A Divina
Trindade
Inclusive, sobre os 'contos natalinos', temos um bem familiar, a respeito de uma outra divindade: Krishna, o oitavo avatar de Vishnu, um dos componentes da Trindade hindu.
"Conta a tradição védica que Kamsa, temendo que Vishnu nascesse em qualquer uma das famílias do reino, mandou matar todos os meninos com até dois anos de idade, a fim de evitar o cumprimento da profecia." - Wikipedia

Enfim, por mais que quiséssemos não poderíamos expor tudo o que envolve a mitologia natalina neste post (acredite, há muito a ser dito a respeito), mas considerei válido elucidar a respeito de alguns poucos dos interessantes fatos a respeito da história e da mitologia que envolve o natal. Poderíamos ainda falar da estrela que anunciou o nascimento de Zoroastro, da concepção virginal de Hórus por Ísis e da igreja desmentindo os três reis magos³, porém como foi dito, o intento aqui foi trazer só um pouco da real integridade do natal como o conhecemos hoje; uma 'festa cristã'.

Krishna  - a 'verdade absoluta'
- filho da virgem Devaki

Feliz Newtal!

Bem, mas ainda em meio a tantos mitos, existem pessoas que comemoram fatos, e nos fazem ver com seus exemplos que em muitas vezes deixamos de comemorar nascimentos verdadeiramente memoráveis.

No dia 4 de janeiro de 1943 nascia em Woolsthorpe um homem que mudaria o mundo.

Porém, na cidade em que ele nascera e no período em que nascera o calendário adotado não era o calendário gregoriano (o calendário hoje mais utilizado no mundo), e sim o calendário juliano; então no dia 25 de dezembro de 1942 nascia em Woolsthorpe aquele que haveria de ser a luz...

Nas palavras do poeta Alexander Pope:

"A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse "Haja Newton" e tudo se iluminou"
Considerado por muitos
A Luz da Ciência
Sim, falamos de Isaac Newton — considerado por muitos o maior cientista de todos os tempos.

Com base nestas informações cunhou-se o termo 'Newtal' em referência a esta data de comemoração em que muitos, para não distanciarem-se do clima de comemoração comemoram o saber, a ciência, o nascimento de Newton. Está aí uma sugestão de algo nobre a ser comemorado!



Porque só comemorar no dia 25 de dezembro?

Ao meu ver não há razão para deixar para reunirmo-nos com nossos familiares e compartilhar deste sentimento de união só no 'natal'.

O dia 25 de dezembro, tal como muitas outras datas, tem se tornado cada vez mais uma data comercial, então deixar para comprar presentes e dar presentes no 'natal' é mais um impulso da massa que algo expontâneo. E o que torna um sentimento ainda mais nobre senão a espontaneidade?

Hoje se vê no 'natal' um grande interesse pelo ato da troca de presentes, em especial, considerando o preço destes, mas do que vale um presente sem a nobreza de um sentimento espontâneo, um sentimento que não é condicionado à uma data ou período?

A simples manifestação de um sentimento assim através de algo que se diga ou de um ato já constituiria um grande e valioso presente, mas um presente destes não deve ser dado só num determinado dia ou só por um período, é algo a ser dado sempre que possível... enfim... concordemos... o monetarismo não ganha com a pureza dos sentimentos dados como presente em datas quaisquer...

Bem, está dado ao menos o recado para os que não se importam com o monetarismo...


Felix Natalis Solis Invictus!


ou

Feliz Newtal!




 1. Revista Gosto N° 5 - Dez. 2009 - Editora Isabella - Pg. 102 - por J.A Dias Lopes
 2. Dicionário Michaelis
 3. http://www.viagemdeferias.com/natal/cultura/historia-reis-magos.php


Sugestões de leitura:
http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_192443.shtml

http://www.deldebbio.com.br/index.php/2008/10/31/a-historia-de-mitra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitra_(mitologia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Nast
http://jipemania.com/coke/natal/sovb/index.html
http://vonrickhy.sites.uol.com.br/raven050.htm
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1067416
http://www.freemasons-freemasonry.com/19carvalho.html

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